Eu sempre tive como valores mais latentes a liberdade e a justiça.
Eu queria ser livre, e liberdade para mim era fazer tudo que queria.
Então comecei a trabalhar aos 15 anos, para ter grana. Gastava todo meu dinheiro, não importava quanto entrasse. E quanto mais dinheiro, mais eu gastava. Aos 20 anos eu estava usando limite de cheque especial e cartão de crédito. Pedindo empréstimo para cobrir outros e trabalhando exaustivamente para cobrir todo esse estrago.
Era por querer ser livre, que eu me submetia a trabalhos exaustivos, para ter dinheiro e me submeter a tudo o que a minha bolha considerava normal: carro, roupas e restaurantes caros.
É a obsessão pelas estratégias que nos cegam para o que é mais importante.
Isso aconteceu porque eu estava obcecada pelas estratégias de “sucesso” ao meu redor, ao invés de focar na real necessidade de liberdade. No dicionário, liberdade fala da independência e da não-submissão. As estratégias que eu estava escolhendo me levavam na contramão disso.
E não se vive só de liberdade. Precisamos de pertencimento, aceitação, atenção, afeto… então é comum que a gente siga o efeito manada de reproduzir escolhas e comportamentos para fazer parte de algo maior, sem nem perceber que é justamente isso que nos desconecta.
Você precisa de conforto sim. Mas é o conforto do carrão hoje, que pode tirar o conforto de um colchão melhor, de maior conforto durante as férias, ou pior: te tirar o mínimo conforto necessário na sua velhice, quando não puder mais trabalhar.
Eu vi meu pai ficar sem nada, a ponto de precisar de doação para comer. Nessa mesma época eu estava endividada. E a situação dele me desesperou. Se vindo de família com dinheiro ele estava assim, imagina eu. Às vezes o medo paralisa, mas nesse caso me moveu. Contratei um assessor financeiro, não porque eu era visionária, mas porque eu não confiava na minha capacidade de gerir meu próprio dinheiro. Só ganhar mais não adiantaria, se eu continuasse me comportando de forma irresponsável.
E que bom que eu tomei essa decisão há 12 anos atrás. A Rubia de hoje agradece todos os dias a Rubia de 2010. Hoje eu sou mais livre. Não sei por quais desafios você ou alguém que você ama estão passando. Mas gostaria de te convidar a listar as estratégias que você tem escolhido e entender se elas te aproximam ou afastam do que mais importa: o seu eu de hoje e do futuro também.
Muito obrigada e até a próxima semana?
