Rubia Gouveia

CNV & Finanças

Não dá para cuidar das finanças sem cuidar das relações

Sobre mim

Rubia Gouveia

@rubiagouveia

Muitas pessoas falam abertamente sobre a vida sexual e outras intimidades, ou os temas mais escatológicos. Mas pergunta a renda delas… Ou pior… como elas gastam o dinheiro delas…se é que a gente lembra ou sabe no fim do mês como ou onde gastou. Desconfortável, né?

Na minha opinião por alguns motivos: Sentimos culpa, vergonha e até medo quando o assunto é grana. Mas o principal deles está aqui: 

A forma como lidamos com dinheiro escancara a nossa irracionalidade. 

Evidencia muita vulnerabilidade e fragilidade, enquanto tentamos parecer fortes e racionais. É muita sensibilidade do lado de dentro para pouca humanidade do lado de fora. Medo de errar, medo de não dar conta, medo de ser frágil, de parecer vulnerável. Medo de ser quem já somos e fingimos o oposto.

O Dr. Gerald Jampolsky dizia que só há 2 formas de se comunicar (expressar, existir): com amor ou com medo. E eu entendo que sempre que vestimos alguma máscara, é o medo guiando. Mas se nos despimos dela, se queremos nos relacionar com amor, só cabe o que é genuíno e autêntico, isso nos conecta como humanos, para além do certo ou errado, melhor ou pior, bom ou ruim. 

Então vale refletir: nas minhas relações, eu me sinto mesmo confortável para falar sobre tudo?

O quanto tenho conseguido me expressar com a minha verdade nos espaços e relações que possuo? Tenho intimidade emocional?

  • Sendo "mais pobre" posso contar sobre minhas preocupações sem parecer que estou pedindo algo?
  • Sinto vergonha em negar convite por falta de grana? 
  • Sinto medo do julgamento?
  • Sendo "mais rica", fico confortável em falar sobre conquistas sem sentir culpa?
  • Evito certos temas (por exemplo, viagens) com medo de magoar a outra pessoa?
  • Tenho ressentimentos ou desconfianças relacionadas à inveja?

Não fomos pessoas ensinadas a falar abertamente sobre dinheiro, mas fazer isso é exercer a nossa humanidade, além de ser bem estratégico para o bolso. A gente não consegue cuidar daquilo que ignoramos.

Você consegue trazer honestidade quanto a “não tenho grana para sair” e contar sobre isso? Ou só silencia e inventa uma desculpa pra não ir? Fica à vontade para sugerir outro lugar ou passeio? Ou pior, vai sem poder mesmo, porque esse é um problema para o seu “eu” do amanhã”?

Talvez você se perceba não tendo segurança emocional nas relações. Mas o quanto você tem aberto esse espaço? Quando eu trago humanidade pras conversas, eu abro esse espaço para que as pessoas compartilhem mais sobre elas também. Sempre dá tempo de começar :)

Um exemplo simples para iniciar uma prática é quando te pedem dinheiro na rua: o que você responde? Presta atenção da próxima vez… se for algo como “Não tenho”, “não posso”, “vou ficar te devendo”... é mesmo verdade que você não pode, não tem ou vai ficar devendo? Provavelmente não. E não estou dizendo que você deva dar dinheiro, mas podemos começar a ensaiar a nossa verdade nesses pequenos momentos e só dizer “hoje não”. Se exercitar isso, me conta como foi pra você?

Muito obrigada e até a próxima semana?

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